Reforços Estruturais

Para obter a rigidez necessária em laminados sólidos (single skin), devem ser feitos reforços, colocando longarinas e cavernas transversais durante a laminação ou após a cura do laminado, mas sempre antes de retirar o casco do molde.

A melhor maneira é colocar os reforços durante a laminação, de modo que seja criada uma estrutura monobloco.  Esta é a construção mais resistente, que oferece o melhor acabamento e evita qualquer distorção do laminado devido às tensões de cura do reforço. Estes reforços são normalmente laminados sobre peças leves moldadas em espuma de baixa densidade que não possuem função estrutural, atuando apenas como molde. No caso de barcos laminados pelo processo de infusão os reforços podem ser infundidos em conjunto com o laminado estrutural do casco.

Para conseguir a rigidez necessária no laminado, além de reforços longitudinais e transversais podem ser também utilizados flanges e pequenos vincos no laminado. O aumento de espessura também aumentará a rigidez do laminado, entretanto terá o inconveniente de incorporar peso à estrutura. Na maioria dos iates, existe um número de anteparas transversais que fornecem a rigidez transversal necessária que sempre serão necessárias para prover a rigidez global da embarcação. Estas anteparas devem ser conectadas entre o fundo e o costado assim como fixadas ao convés.

Qualquer reforço adicional na estrutura, seja pelo aumento da espessura, instalação de uma longitudinal ou uma antepara, deve ser suavemente incorporado ao laminado sem haver descontinuidades. As camadas usadas para fixar os reforços devem ter espessuras variáveis para dissipar as tensões por uma parte maior do laminado. As laminações de fixação destas estruturas são feitas em forma de escala para permitir uma transição suave dentro do laminado.

No caso de anteparas, o método correto para fixá-las é evitar o contato entre o casco e a antepara, instalando uma interface de um material de baixa densidade para transferir os esforços para o laminado.

Esse material pode ser tiras de espuma com seção em forma de trapézio, proporcionando a angulação ideal para a transição entre a antepara e o casco. Para colar a antepara não existe uma regra fixa para determinar a largura do tape de colagem, mas usualmente se utiliza uma dimensão entre 100 e 200 mm. Uma referência é utilizar uma largura de pelo menos 10 vezes a espessura da antepara.

No caso de anteparas tipo sandwich, a espessura do laminado de colagem deve ter no máximo duas vezes a espessura da face da antepara e laminada em sequencia de modo que ela forneça uma transição progressiva entre o reforço e o casco ou o costado.

Muitos barcos não utilizam reforços laminados sobre perfis de espuma. Nestas situações são utilizados perfis pré-fabricados sobre um molde macho onde, posteriormente este é incorporado ao laminado do casco. Note que a espessura da peça pode ou não participar do total de material requerido para dar a resistência do perfil, seja ele uma transversal ou longitudinal.

Outro tipo de arranjo utiliza reforços laminados sobre um molde fêmea, que permite desmoldar as transversais ou longitudinais com acabamento externo. Nesse processo, elas são laminadas com um flange que deve ser lixado e colado sobre o laminado estrutural.

Normalmente se utiliza um adesivo de colagem para preencher os espaços vazios entre as duas peças. Após a colagem, são laminadas uma ou mais tiras de tecido biaxial para fazer a ligação mecânica da estrutura. Normalmente estes tecidos de colagem tem as direções de +45/-45 graus.

Neste processo, todo o laminado estrutural do reforço já vem pronto, restando apenas o material de colagem.  Esse processo é mais eficaz quando se utiliza resinas a base de epoxy para fazer a junção dos laminados.

Comentários (7)

  • Ajeu Renato Teles Rodrigues disse:

    Olá tudo bem meu nome é ageu Rodrigues da Ilha do marajo PA eu estou na minha primeira construção de uma mini lancha com capacidade para 4 pessoas eu fiz o molde de papelao e laminei no entanto após a lâminaça percebi que a resina que havia comprado era ortofalica sendo que a manta é 450 gostaria de saber oque devo fazer para reparar esse erro no casco e quantas camadas de fibra devo usar tendo em vista que pretendo estruturar com canos de pvc 100mm e pretendo colocar motor 15 hp e possível colocar um painel de popa com madeira? meu E Mail [email protected] se vcs puderem me passar algumas orientações
    Desde já obrigado

    • Barracuda Composites disse:

      Acho que não tem nada de errado em usar a manta de fibra de vidro 450 gr/m2 com resina poliéster no seu barco entretanto você tem que verificar a espessura que você vai precisar para poder ter uma tripulação de 4 pessoas e usar o motor de 15 hp!!

    • Barracuda Composites disse:

      Não tem nada de errado laminar a manda 450 gr/m2 com resina poliéster ortofitalica. Preste atenção quantas camadas você vai precisar para estruturar o barco para poder usar 4 tripulantes e um motor de 15 hp.

  • Ajeu Renato Teles Rodrigues disse:

    Segundo o conhecimento de vcs quantos g/m2 de fibra e preciso para uma embarcaçao de 4 pessoas motor 15 hp? No caso a espessura do casco quantas camadas é o tipo de manta e necessário?

    • Barracuda Composites disse:

      Uns 6mm de fibra solida (mantas e tecidos de vidro intercalados) mas voce vai precisar colocar algumas cavernas transversais na estrutura e reforçar a borda. Dependendo da boca do casco pode precisar de 2 longitudinais para reduzir o tamanho dos paineis.

  • Marcio Lima disse:

    Qual material compósito eu posso utilizar na construção das anteparas em substituição ao compensado naval? Existe algum material nacional semelhante ao Coosa e ao Themo-lite?

    • Barracuda Composites disse:

      Voce pode usar paineis sandwich fabricados manualmente ou pelo metodo de infusao com espuma de PVC e fibra de vidro
      A Barracuda fornece paineis K-lite que sao exatamente fabricados desta maneira
      Eles sao usados em anteparasde barcos mas em outras aplicacoes de construcao civil e automotiva
      Veja no site por favor

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