Escolhendo um Projeto

Meu primeiro barco foi um desastre! Bem, eu tenho de admitir que cometi o erro mais comum de qualquer construtor principiante: tentar fazer ou adaptar, por conta própria, um projeto existente. Eu, sinceramente, não conheço nenhum lugar do mundo onde isso já tenha dado certo, e note que eu tenho andado por todos os lados deste planeta, vendo gente construir barcos de todo tipo e tamanho. Embora a qualidade da minha construção tivesse sido muito boa em termos de material, métodos de fabricação e acabamento, a adaptação do projeto deixou a desejar. Infelizmente, eu só fui reconhecer isso quando acabei de construir o barco e comecei a compará-lo com outros projetos melhores.

Um dos maiores problemas ao se adaptar um projeto, ou tentar fazer um do nada, sem os conhecimentos básicos, é que você superestima seu talento para construir algo que só você irá utilizar. As principais relações de comprimento/boca, alturas, larguras de porta, camas, cabine etc são, invariavelmente, feitas fora das dimensões comerciais usuais encontradas na maioria dos barcos projetados e construídos por profissionais experientes.

Na maior parte das vezes, as variações de escala são pequenas, mas o suficiente para causar danos estéticos. Mesmo que você faça um bom trabalho na sua primeira tentativa de adaptar um projeto, são pequenas diferenças que só um construtor experiente adquire com o tempo, que fazem um barco ter linhas e geometria agradáveis.

Você está pensando em construir um barco? Já sabe qual o projeto que vai utilizar?

Comentários (53)

  • Alexandre Tadeu Martins silva disse:

    Eu gostaria de fazer inicialmente um barco para navegar em rio e lago em torno de 5 metros.

    Depois um pequeno veleiro ou catamaran de mesmo tamanho aproximado.

    • Barracuda Composites disse:

      Alexandre, é muito importante na construção amadora começar por barcos mais simples e fáceis de fabricar para aprender o processo. Quando você for construir o Veleiro ou o Catamarâ já vai estar craque. qualquer dúvida é só falar.

  • Guilherme Moraes disse:

    Prezado Jorge Nasseh,

    Estou estudando construir uma canoa oceânica trimaran para day sailing na costa de Cabo Frio e lagoa de Araruama. Gostaria de encontrar quem já tenha construído alguma em madeira strip plank ou multi chine de compensado, mas conhecendo este portal eu me interessei em substituir a madeira por compósites no casco, mas não conheço o produto. Gostaria de saber:

    1) conhece e poderia me introduzir a alguém que já tenha construído uma canoa haviana ou Va’a em madeira?
    2) se a espuma de PVC faz a vez estrutural do casco em projeto de casco em compensado?
    3) qual dos seus livros comprar com afinidade para este projeto?
    4) como conhecer pessoalmente a espuma de PVC no RJ?

    • Jorge Nasseh disse:

      Guilherme

      Primeiro voce tem que me explicar o que é uma canoa trimaran oceanica. Juro que eu não sei!

      Sobre converter um projeto em madeira de strip planking ou compensado em material composto nao vejo dificuldade pra voce. Acho que no meu segundo livro (Métodos Avançados de Construção em Composites) tem um capitulo sobre construções em strip planking em espuma de PVC. Deve ter umas 100 fotos e voce vai ver que é bem simples. Rápido de construir!

  • Francisco disse:

    O que mais influencia na orça de um veleiro?
    O formato do casco; o tamanho e formato da quilha ou a configuração/tipo das velas?

    • Jorge Nasseh disse:

      O que mais influencia na orça de um veleiro? O formato do casco; o tamanho e formato da quilha ou a configuração/tipo das velas?

      Embora eu nao seja um projetista de barcos a vela eu diria TUDO. O formato do casco + peso do barco (quanto menor melhor) + razao de aspecto dos foils …… a quilha o mais fina possível e mais profunda possível + as proporções do plano velico = E-I-J

  • Raphael Fjällgren Miranda disse:

    Prezados,

    Eu sou formado em Eng. Mecânica e estou terminando um mestrado em Eng. Naval.
    Na minha pesquisa, muito em parte pelo meu histórico profissional, eu acabei caminhando para a aplicação de compósitos no projeto de lanchas.
    No meio acadêmico não faltam livros, papers e afins que exploram os fundamentos do cálculo estrutural de materiais compósitos (CLT, suas derivações e atualizações), no entanto esse conteúdo se restringe muito ao aspecto conceitual. Eu estou tendo uma grande dificuldade de encontrar material que me ajude a fazer essa transição dos conceitos teóricos para a aplicação prática mesmo.
    Na minha experiência profissional eu já havia tido contato com o livro “Manual de Construção de Barcos” do Jorge Nasseh que para mim é uma referência em termos da abordagem prática da construção de Barcos. No entanto eu sinto falta de um material que me ajude a fazer essa ligação entre o conhecimento da teoria clássica de laminação e conhecimento necessário para por exemplo poder dimensionar e estabelecer os diversos planos de laminação que compõem o projeto de uma lancha.
    Eu sei que atualmente a maior parte dessas aplicações se dão através de análises por elementos finitos mas essa abordagem foge muito ao escopo da minha pesquisa. Eu queria entender melhor como os engenheiros de compósitos de antigamente criavam seus planos de laminação, quais ferramentas e metodologias eram empregados e etc.
    Nesse sentido eu gostaria de saber se o livro “BARCOS – MÉTODOS AVANÇADOS DE CONSTRUÇÃO EM COMPOSITES” abrange essa parte de projeto mesmo, desde a concepção dos planos de laminação até as diferentes características de cada parte do barco que devem ser levadas em conta, para o dimensionamento desses planos de modo a se obter um projeto de laminação eficaz estruturalmente.
    Adicionalmente, caso esse livro não aborde essas questões, vocês teriam alguma recomendação de bibliografia que pudesse me ajudar nessa direção?

    Agradeço desde já pela atenção e por esse espaço para a troca de informações.

    • Jorge Nasseh disse:

      Raphael
      Realmente eu sugiro voce ler os ultimos dois capítulos deste livro (Métodos Avançados de Construção em Composites) porque tem uma otima regressao do calculo de espessuras baseado em um Structural Number. O resultado é 90% do que se usa atualmente na maioria dos estaleiros do mundo. Depois de ler me diz o que voce achou…. e parabéns pela escolha de fazer o mestrado!

  • Raphael Fjällgren Miranda disse:

    Prezado Jorge Nasseh

    Comprei o seu livro “Métodos Avançados de Construção em Composites” seguindo sua recomendação e gostei bastante principalmente das partes de laminação à vácuo e infusão. Informações realmente preciosas para quem trabalha ou vai trabalhar com esses processos.
    No que tange a minha necessidade acadêmica devo dizer que o livro trouxe muitas elucidações mas também algumas dúvidas.
    Para ser mais específico, no capítulo 6 (Determinação de Espessura) na parte de “Espessura dos Tecidos” pode-se ler a seguinte passagem:
    “As direções dos tecidos devem ser tais que o laminado tenha um comportamento isotrópico onde as tensões sejam semelhantes em todas as direções. Laminados unidirecionais devem ser considerados a partir de cálculo específico.”

    Antes de ler o seu livro eu imaginava que, tradicionalmente, na própria laminação do fundo e do costado de uma lancha por exemplo, já haveria alguma proporção maior de tecidos unidirecionais dispostos na direção longitudinal entremeados à espessura do laminado para melhorar em grande medida o desempenho da viga-navio como um todo. No entanto, após ler o seu livro, estou entendendo que a maior parte do casco é projetado buscando-se um laminado quasi-isotrópico mas, simultaneamente, existe essa associação com tiras (ou “tapes”) de laminados unidirecionais em pontos chaves como quilha, chines e borda (como os que podem ser vistos nas imagens das páginas 215 e 216) que formam uma espécie de “gaiola” estrutural interna ao casco. Estaria correta essa leitura?

    Nesse sentido, minhas dúvidas são:

    1- Seria razoável então estabelecer um plano de laminação global para o casco que consistiria basicamente em uma repetição de um padrão [0/±45/90] até as espessuras necessárias para os painéis do fundo, costado e conveses? E no que tange esses reforços locais (os tais “tapes”) que usam tecidos unidirecionais orientados conforme as tensões, como eu os integraria neste dimensionamento global do casco? Devo tratá-los como reforçadores “independentes” do casco da mesma forma que fazemos com longarinas e afins?

    2- Isso também implicaria dizer que os esforços longitudinais, transversais e torcionais do casco seriam majoritariamente suportados pelos membros estruturais e reforços locais unidirecionais e, por sua vez, os grandes chapeamentos de fundo, costado e convés, com características mais isotrópicas, teriam um papel mais voltado para resistir às pressões as quais estão submetidas do que suportar esses grandes esforços direcionais (longitudinais, transversais, e torcionais)?

    Você menciona ainda em determinado ponto do livro (pág. 212 pra ser mais exato) que: “A última etapa da laminação é a colocação dos reforços de tecidos unidirecionais em um ângulo de 30 graus com a linha de centro do barco.”
    3ª- Em face dessa afirmação, onde posso encontrar material que me permita entender e aprender essas recomendações específicas e como são realizados esses cálculos específicos que o senhor menciona diversas vezes?

    Não sei se fui claro em explicitar minhas dúvidas. Inclusive me pergunto se somente a experiência em construção naval poderia me trazer essa capacidade de definir esses parâmetros que estou buscando entender.

    De qualquer maneira agradeço imensamente a atenção cedida e todo o conhecimento compartilhado.

    Cordialmente,                                                                                                                                                                          Raphael Fjällgren Miranda                                                            

    • Barracuda Composites disse:

      Prezado Raphael.

      Inicialmente o capítulo de determinação de espessuras foi escrito para ser um guia rápido para se determinar espessuras dos laminados, espessura do core e peso/gramatura dos tecidos em fibra de vidro a partir de um Numero Estrutural e de propriedades mecânicas listadas na página 307. O laminado usado é basicamente quis-isotrópico para facilitar a avaliação. Se você precisar de um cálculo mais avançado utilizando ortotropia dos laminados ele vai ter que ser feito através de um programa de elementos finitos.

      Pergunta 1: Para facilitar você pode tratar os painéis do fundo e costado como quase-isotrópicos. Longarinas e transversais que tem uma direção principal devem ou podem ser tratados assumindo alguma unidirecionalidade do laminado mas este não é um calculo simples.

      Pergunta 2: Exato. Os painéis do fundo e costado (elemento de casca) são os elementos primários que descarregam as pressões nas anteparas transversais e longarinas (longitudinais) que são elementos secundários e terciários da estrutura. Os paineis podem ser calculados simplificadamente pela teoria de cascas planas cujas formulas analíticas são conhecidas. Ver: “Roark’s Formulas for Stress and Strain”.

      Pergunta 3: Esta afirmação da pagina 212 foi feita especificamente para a construção de um convés de um Mini-Transat em fibra de carbono que tem parte dos tecidos nas direções 0/90 e finalmente uma camada de tecido unidirecional a 30 graus com a linha de centro. Como projetamos a construção de centenas ou milhares de barcos já conhecemos as direções primárias onde ocorrem as maiores tensões e deformações e por isto temos a sensibilidade de escolher os ângulos principais de laminação.

  • Luis Siqueira disse:

    Meu primeiro projeto de casco foi um trimarã 15 pés e na época, anos 90 não existia os materiais que temos hoje. Dificuldade para modelar era o principal. Hoje temos tecnologia para acelerar os projetos e principalmente baratear.

  • Luis Siqueira disse:

    Olá, tudo bem?
    Estou tocando um projeto de reforma de uma lancha de 17 pés onde será reaproveitado apenas o casco, sendo readequado todo espaço interno e cavernas. Qual seria o material de núcleo com melhor custo benefício para a construção interna?

    obrigado e forte abraço

    • Barracuda Composites disse:

      Luis,

      Normalmente para lanchas desse tamanho, as anteparas são construídas em espuma de PVC Divinycell H60 de 15mm. No caso da construção de móveis ou peças de interior, voce também pode utilizar Espuma de PVC Divinycell H45 de 6 a 10mm.

  • Anderson disse:

    Olá,

    Não tenho noção nenhuma em construção de barcos/lancha, mas gostaria de construir um barco/lancha para pesca, tem algum material que vcs indicam? Sou marceneiro, trabalho com madeira maciça.

    • Barracuda Composites disse:

      Olá Anderson,
      Há uma infinidade de opções de fibras, resinas, núcleos e combinações entre eles disponíveis para você construir sua lancha. A seleção desses materiais e a quantidade necessária vai depender do projeto da embarcação, de onde ela irá navegar, em qual velocidade, do processo construtivo que você vai escolher, entre outros fatores. Para conhecer mais sobre as variáveis de projeto, os detalhes da construção, as opções de materiais e processos, recomendamos a leitura dos livros da Coleção Jorge Nasseh. As cópias físicas estão disponíveis na nossa loja online e as versões em eBook estão disponíveis na Loja Kindle.

  • Cristiano disse:

    Tenho interesse em construir um veleiro multichine28, e a única construção que tenho experiência é a civil, nunca fiz nada na área naval. Segundo consta no site dele, eles entregam tudo o que preciso para aprender e construir por conta.
    Resolvi construir um veleirinho pequeno de projeto livre com compensado pra aprender o processo, estou buscando bibliografia para estudar também, encontrei o seu livro. Mas fiquei na dúvida, seu material é exclusivo para linhas de produção para estaleiros profissionais ou tem algum capitulo sobre construção de veleiros em madeira ou laminado para quem é amador?

    • Barracuda Composites disse:

      Olá Cristiano!

      Os livros não são exclusivos para as linhas de produção de estaleiros, eles foram pensados para serem um guia para todos os tipos de construtores, tanto os amadores quanto os profissionais. Temos certeza que você fará bom proveito de todos os quatro livros da coleção, principalmente do Técnica e Prática de Laminação em Composites, que mostra em detalhes a construção do veleiro Andorinha pelo método Power Flex, ideal para construção de cascos multichine como o do seu projeto.

  • Dartagnan Dilson Paiva Filho disse:

    DÁrtagnan
    Gostaria de saber quantas camadas de fibra em média(sei que depende muito de projeto), são utilizadas em um casco de um veleiro em madeira de 40 Pés e se da linha d’agua pra baixo (obras vivas) tem mais camadas do que o restante do casco.

    • Barracuda Composites disse:

      Olá, Dartagnan

      É difícil te dar uma resposta precisa porque o número de camadas de fibra para contrução de um casco depende de muitas variáveis. Depende de qual tipo de fibra sintética você vai utilizar (carbono ou vidro são duas opções e depois de feita essa escolha, ainda há um leque de opções entre elas), do tipo de processo de fabricação você vai escolher, além das características da embarcação mesmo, do arranjo estrutural desenvolvido, da região onde a embarcação deve navegar, entre outros detalhes. Para conhecer um pouco mais sobre os aspectos que influenciam o número de camadas na construção de um veleiro, os livros da Coleção Jorge Nasseh são muito bons e em especial o Barcos – Métodos Avançados de Construção em Composites vai te ajudar com essa dúvida, já que possui um capítulo de determinação de espessuras.

    • Barracuda Composites disse:

      Olá Agnaldo,

      Acreditamos que esse tipo de transformação não seja possível. Esses veleiros são de classes diferentes e obedecem a requisitos distintos desde seu projeto até a construção e operação.

  • Gerson nanni disse:

    Olá bom dia! Preciso abrir um Leme de um veleiro de 40 pés que de 30 anos que tem seu eixo comprometido sua estrutura interna e de poliuretano que com certeza encontra se encharcado vou aproveitar as faces externas? O eixo deve ser laminado com epóxi?
    Qual o material que eu devo usar no preenchimento substituindo o poliuretano?
    Divinicel e impregnado com epóxi seria a solução?
    Qual dos livros devo comprar que trate deste processo de laminação
    Como poderia orcar o material necessário para este trabalho?
    Sobre minha outra pergunta o toe rail e de alumínio em um veleiro de 40 pesde fibra, fast 395 , ele está fixado por parafusos de 3/16pol a cada 150 mm o alumínio está todo comprometido minha intenção e substituir por uma régua colada e aparafusada de 70 mm de largura por 15mm de altura cortada em segmentos para atender a curvatura proa popa e sobre ela montar os postinhos do guarda mancebo, pergunto que material devo usar nesta régua ? O que utilizo para colar? O que devo aplicar para dar acabamento

    Obrigado

    • Barracuda Composites disse:

      Olá, Gerson

      A resina epoxy é sim a mais recomendada para reparos em materiais compostos. Ela vai garantir a adesão entre as faces e o novo material de núcleo, além de ser a resina que apresenta menos problemas relacionados à hidrólise, ou seja, ela impede a entrada de água no laminado de forma mais eficiente.

      A melhor escolha para substituição do poliuretano é a espuma PVC, o Divinycell. Como esse tipo de núcleo possui as células fechadas, os problemas de absorção de água e umidade são evitados e a longevidade da peça é garantida. Para esse tipo de aplicação, o mais indicado é o de densidade de 80 kg/m³, o Divinycell H80.

      O livro Manual de Construção de Barcos possui uma seção dedicada a descrição de reparos de peças em materiais compostos que pode te ajudar bastante, mas todos os livros da Coleção Jorge Nasseh possuem informações importantes sobre os processos de laminação. Você pode mandar detalhes sobre o leme para o e-mail do Fale Conosco da e-composites que iremos te ajudar a selecionar os materiais adequados e fazer um orçamento.

      Você pode mandar pelo Fale Conosco ([email protected]) também uma foto do toe rail para entendermos completamente a situação para que possamos orientá-lo da melhor forma possível.

      • Barracuda Composites disse:

        Olá, Gerson

        Sobre o leme, o que você pretende fazer é bem complicado fazer o que você está pretendendo porque é difícil dar suporte às duas cascas, que geralmente não tem mais que alguns milímetros. De qualquer forma, se você quiser tentar, terá que abrir o leme e expor a estrutura de aço inoxidável ou alumínio. Limpe toda a espuma contaminada. Deixe o leme secar por alguns dias ou coloque ele dentro de uma estufa com desumidificador. Relamine a estrutura de metal sobre uma das cascas utilizando quatro camadas de tecido biaxial XM2408. Use, de preferência, resina epoxy na proporção de 3:1. Depois disto preencha os espaços vazios com Divinycell H80 colando estes pedaços com um adesivo a base de epoxy. Pode ser o AR345. Coloque a parte superior da espuma com o mesmo formato da casca que está separada. Quando tudo estiver na posição e alinhado (preste atenção para o eixo ficar no nível horizontal e vertical e na mesma inclinação para não modificar o centro de pressão lateral do leme). Coloque novamente adesivo e feche as duas cascas. Depois lixe a borda do fechamento com 50 mm de largura para colocar 2 camadas de tecido XM2408 (100 mm de largura) com resina epoxy. Depois lixar a superfície até ficar perfeita. Depois do reparo agora é preparar para pintura.

        Já sobre o toe rail, achamos melhor você comprar um perfil de alumínio para realizar essa substituição. A aba lateral que você retirou do perfil em composto é importante para vedação do barco na junção entre casco e convés. Utilizar a placa de TVE G10 polida vai tornar muito difícil a laminação posterior do perfil de Divinycell indicado no seu esquema. O mais recomendado é que adquirir um toe rail de alumínio como o que está disponível nessa imagem: https://www.crestaluminum.com/ProductImg/2807.jpg

  • Gustavo Maranhão Sabino disse:

    Prezado Jorge Nasseh,

    Vou construir um Multichine 28, conheço a performance dele pois já fiz algumas boas e longas viagens com ele.

    Gostaria de saber sua opinião quanto aos materiais usados na construção pois meu objetivo é diminuir o peso ao máximo, sem perder a robustez e qualidade final e dessa forma ter um ganho na velocidade.

    Como vc sabe , o método construtivo para esse projeto é o plyglass.

    Desde já agradeço , abraço

    Gustavo Maranhão Sabino

    • Barracuda Composites disse:

      Olá, Gustavo

      Se você quer diminuir peso, talvez o plyglass possa ser alterado para o Power Flex, já que seu casco é multichine. Temos posts detalhados sobre esse método aqui no blog e você pode perceber que a substituição do compensado por painéis sandwich com núcleo de PVC fabricados por infusão vai diminuir o peso da embarcação além de aumentar sua durabilidade.

  • Sérgio Mourato disse:

    Olá Jorge Nasseh sou português e vivo em Portugal.
    Estou a começar o processo de fabricação de um Open consola central de 21 pés e através da NET vi os seus livros e achei super interessante e não vou avançar até os ter, porque penso que são de extrema importância num projeto como o meu
    Vocês enviaram para Portugal?

  • Rodolfo Rodrigues Puertas disse:

    Bom dia, Jorge. Estou avaliando a construção do Brasileirinho da B&G Yatchs, você conhece o projeto? Aconselha substituir o método do compensado naval por qual material?

    • Barracuda Composites disse:

      Olá, Rodolfo

      Conheço sim! Parabéns pelo projeto. Um excelente método para construção de embarcações multichine com materiais compostos é o Power Flex. Temos uma série de três posts sobre esse método aqui no blog e mais informações você pode encontrar no livro Técnica e Prática de Laminação em Composites.

      Ele utiliza paineis sandwich co núcleos de espuma PVC e faces de tecidos biaxiais laminadas com resina poliéster pelo método de infusão a vácuo. Posteriormente esses painéis são colados com uma massa de colagem (a base de epoxy ou poliéster) e com laminação de tapes de tecidos biaxais.

  • Rodolfo Rodrigues Puertas disse:

    Jorge, dei uma lida. Pelo que entendi, superficialmente, cortamos todas as partes do barco, eh feita a infusão a vácuo dessas partes, separadamente, e montamos o barco tipo “costure e cole”. Por isso eh ótimo para Multchine. Reforçamos essas emendas, aplica-se a massa, lixa e pinta. Inclusive dá pra fazer o leme, e outras partes móveis do barco.

  • ROBERTO GRUPENMACHER disse:

    Eu escolhi construir um veleiro, mas descobri que o estaleiro está desativado, mas eles mantém todas as formas.
    O barco tem moldes para infusão a vácuo e estrutura de espuma.
    Desta forma, solicito a vocês a indicação de empresas que possam modelar e colar as peças do casco.

    Obrigado

  • César Augusto disse:

    Pretendo construir um panga de 7mtrs e um veleiro sênior 16.
    A minha maior dificuldade é saber qual madeira usar.

    • Barracuda Composites disse:

      Olá, César

      Atualmente madeira não representa a melhor opção para construção de embarcações. O material é caro, exige o uso de resina epoxy que aumenta ainda mais o custo e ainda assim é muito suscetível à degradação dentro de um período de dois anos.

      Um construtor amador que deseja fabricar um veleiro one-off pode se beneficiar muito das técnicas de Strip Planking ou Power Flex, que permitem o uso de núcleo de PVC com faces de fibra de vidro e resina poliéster, que possuem um custo muito menor, além de serem muito mais leves.

      Você vai ter um barco mais barato de construir e muito melhor de navegar.

  • Mauricio Moraes da Cunha disse:

    Boa noite!
    Muito legal o site, estou adorando. Possuo um barco fabricado na Polonia, é um veleiro desmontavel, com casco de lona emborrachada e esqueleto de madeira. Ele tem quase 4 metros de comprimento, mas infelizmente, a lona do casco esta deteriorada. Já pensei em laminar a estrutura, mas ai ele deixaria de ser desmontável, o que é uma lástima. Então resolvi partir para a produção de um barco que sou apaixonado, o Boston WhiteHall. Diante da dificuldade em conseguir um projeto, partio para a adaptação de desenhos que encontrei na internet, Já fiz um prototipo em escala 1:5 em papelão e fira crepe, que ficou muito legal, principalmente para definir o casco. Proximo passo é fazer um, na mesma escala, em madeira, Pretendo construir o barco em tamanho real no processo sticht & glue

  • Olá
    Parabéns pelo conteúdo, cheguei aqui procurando mais informações para a produção de um dinghy andorinha do cabinho, para usar com o meu filho que está nascendo ( essa é a desculpa que vou dar para a minha mulher kkk)
    Gostaria de aproveitar a oportunidade para perguntar sobre uma possível reforma do meu velamar24 que acabou de sair da reforma, kkk, mas já percebi que precisará de uma restruturação mais profissional em alguns anos:

    Qual é o material mais indicado para a construção do dinghy pensando em reduzir peso e facilidade de produção, e qual é a literatura indicada.
    Sobre o vm24: vou precisar trocar as anteparas em breve, forma feitas com compensado de 1mm com resina, aparentemente elas deveriam ser de 1,5mm mas as que estavam no barco já tinham essa espessura.
    Meu leme foi mal feito, em breve precisarei refazer. (Qual é o Material e literatura indicada)
    E um dia talvez pretendo fazer um refit do vm24 com uma reforma maior (ao invés de trocar o barco que já ele é quase da família e sou apaixonado pelo projeto)
    É possível fazer uma reforma dessa? Existe literatura para pensar/planejar esse projeto?
    Gostaria trocar o convés (que está fofo) e se possível fazer algumas alterações no projeto, aumentar o pé direito etc..
    Enfim seria quase como fazer um barco novo sem trocar..
    Por onde eu começo?
    Obrigado

    • Barracuda Composites disse:

      Boa tarde Caio,

      Sobre o material para construção do dingue, o laminado sanduíche em espuma de pvc é a melhor opção. O livro Técnica e Prática de Laminação em Composites detalha exatamente a construção desse modelo de embarcação.
      Sobre as anteparas do VM24, sugiro também que você use um laminado de PVC e fibra de vidro, com isso não corre o risco do material se deteriorar com o tempo, conforme ocorre com a madeira. Esse material se chama K-Lite e você consegue uma cotação através do seguinte email, [email protected].
      Quanto ao leme, o ideal é manter o material de projeto, como ele é feito hoje em dia?
      É possível sim você fazer uma reforma desse nível você mesmo. O livro Manual de Construção de Barcos é muito completo para apaixonados pela construção náutica. Indico que comece com essas literaturas.

  • Não tenho nenhuma pergunta ainda! Só parabenizar mesmo!
    Já adquiri toda a coleção de livros do autor. Infelizmente ainda não encontrei tempo para me debruçar sobre o maravilhoso conhecimento que tenho certeza que encontrarei lá para quem sabe realizar meu primeiro projeto. Talvez, espero, com a participação do meu filho. Seria muito legal!
    Parabéns Sr Jorge pelo compartilhamento desse conhecimento.

  • Rogério disse:

    Olá, companheiros entusiastas dos mares!

    Em breve devo estar começando a construir um catamaran (James Wharram Amatasi 27). No projeto e no manual de construção apontam o método “stitch and glue”, estou ansioso para dar início a essa jornada. No entanto, recentemente me deparei com um blog que abordava questões de manutenção desses barcos, o que me deixou um pouco preocupado. Isso me levou a realizar mais pesquisas e, finalmente, chegar até aqui.

    Tenho receio de cometer o clássico erro de iniciantes mencionado anteriormente: tentar fazer ou adaptar, por conta própria, um projeto existente. Gostaria de pedir a ajuda de vocês para esclarecer algumas dúvidas iniciais:

    1-Ao converter um projeto de “stitch and glue” para o método “power flex”, há alguma mudança no processo de construção além do material utilizado?
    2-Qual seria a diferença de custo se eu optasse pelo método “power flex”?
    3-Seria viável manter as espessuras das chapas de compensado indicadas no projeto ao utilizar o k-lite?
    Agradeço imensamente a atenção e aguardo ansiosamente por seus esclarecimentos e orientações!

    Atenciosamente, Rogério.

    • Barracuda Composites disse:

      Olá Rogério,

      Legal, belíssimo projeto! Vamos as suas dúvidas:

      1- O processo de construção é muito semelhante e está descrito no livro Métodos Avançados de Construção em Composites. Ao invés de compesado naval você vai usar uma placa infundida de fibra de vidro com espuma de PVC. Para um barco deste comprimento, a espessura final do painel sandwich (K-Lite) deve ser por volta de 8mm.
      2- A conta não é tão linear asssim porque no método com plywood você vai usar epoxy e terá que dar muito mais acabamento. Então diria que o custo final vai ser o mesmo.
      3- Provavelmente 8mm no fundo e 6mm no costado. No convés 10mm.

  • Rogério disse:

    Olá Barracuda,
    Depois de pesquisar mais sobre materiais compostos, estou cada vez mais entusiasmado com essa opção.
    No entanto, ainda tenho algumas dúvidas e gostaria de obter sua opinião especializada para seguir adiante.
    1-É possível encontrar compostos que ofereçam propriedades aproximadamente equivalentes aos tipos de madeira mencionados no projeto e seguir o metodo construtivo do mesmo?
    2-Caso negativo(1), quais adaptações seriam necessárias para a construção em compósito?
    3-Quais as vantagens e desvantagens de utilizar compósitos em comparação com a técnica “stitch and glue” com madeira?
    4-Quais são os custos envolvidos na conversão para a construção em compósito? Além dos materiais, quais outras considerações financeiras devo ter em mente?
    Obrigado, ter esse canal para discutir essas questões com vocês é incrível!

    • Barracuda Composites disse:

      Oi Rogerio,
      Obrigado pelo feedback! Divulgue para amigos e conhecidos para que tenham acesso também!
      Vamos às suas dúvidas:

      1- Os materiais compostos tem propriedades muito superiores a madeira e têm uma velocidade de construção também mais rápida. Normalmente você consegue substituir bem a madeira por materiais compostos na grande maioria dos projetos.

      2- Precisamos saber qual o método construtivo que o seu projeto sugere para tentar mostrar um equivalente em materiais compostos. Qual é?

      3- Primeiro porque a madeira tem um tempo de vida, enquanto os materiais compostos tem uma durabilidade quase que infinita. É muito comum ver barcos fabricados em madeira com apodrecimento em poucos anos e o reparo disto é bem compicado e caro e, às vezes, a estrutura fica completamente comprometida. O método powerflex que é detalhadamente descrito no livro Técnica e Prática de Laminação em Composites, usa painéis pré-fabricados em materiais compostos e são montados e “colados” quase que da mesma forma que o stitch-and-glue.

      4- Acho que são somente os materiais porque o método é relativamente semelhante. Lembrando que madeira de boa qualidade não é um material fácil de encontrar, e a colagem e impermeabilização da madeira deve ser feita com resina epoxy ao contrário do método powerflex que usa resina poliéster.

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *