Testando Resinas Epoxy de Infusão

Resinas epoxy tem um comportamento bem diferente das resinas poliéster ou estervinílicas durante o processo de infusão. A exotermia das resinas epoxy implica em projetar uma estratégia de infusão completamente diferente.

As resinas epoxy quando misturadas ao endurecedor confinadas nos recipientes (baldes ou mesmo tambores) para iniciar a infusão iniciam uma reação violenta e extremamente exotermica que reduz o tempo de trabalho se a resina nao for movida imediatamente para dentro da peça a ser infundida.

O teste principal é fazer uma infusão de um laminado semelhante com um comprimento de ate 1200mm e medir a velocidade e a temperatura da resina dentro do tambor (com um termômetro infravermelho) e dentro da peça (instalando um termopar na superfície).

Com estas informações vai ser possível o construtor determinar o número de linhas dentro da peça e o diâmetro das linhas de suprimento de resina. Não adianta usar um endurecedor muito lento para uma infusão de 40-50 minutos porque a resina vai ficar dentro do sistema que estará sempre suscetível a um vazamento no sistema de vácuo e perda total da peça infundida!

Preparando Resinas Epoxy para Infusão

No último post falamos sobre a infusão com resinas epoxy comparando os dois tipos de exotermia (desenvolvimento da temperatura durante a cura) das resinas epoxy e poliéster, entretanto, o construtor que vai utilizar resinas epoxy para infusão deve ter em mente a alta reatividade deste tipo de material.

Ao contrário das resinas poliéster que tem um comportamento bem regrado e uma cura de aumento de temperatura e geltime bem controlada, as resinas epoxy são muito diferentes. Elas são, como eu posso dizer, assim explosivas! Mesmo resinas epoxy com um geltime de 2 horas quando preparadas em um tambor com 50, 100 ou 200 kgs para realizar uma infusão de um barco de 40 ou 50 pés podem surpreender e na realidade apresentar um geltime de apenas 30 minutos devido à alta explosividade da curva de cura.

Mesmo fazendo testes de geltime com resinas poliester com 100 gramas de resina e 2% de catalisador a reprodução do nível de exotermia durante a infusão vai ser bem semelhante. Um pouco mais rápido, mas ainda assim semelhante. É por isto que para sistemas de infusão é sempre recomendado testar o geltime com 500grs de resina para criar um ambiente fechado onde a energia de reação seja semelhante a de um tambor de 50 kg de resina. Muitas infusões de barcos grandes necessitam de 1-2 ton de resina divididas em “baldes” de 100 kgs o que modifica radicalmente a curva de temperatura da polimerização da resina.

No caso das resinas epoxy isto é muito mais crítico. Um pot life com resina epoxy na temperatura de 25 graus C° pode mostrar um geltime de 60 minutos, enquanto um volume muito maior pode reduzir isto drasticamente. Assim o número de linhas de injeção de resina deve ser bem maior para proporcionar tempo suficiente para a resina entrar no laminado antes de começar a polimerizar. 

Outro problema que ainda é mais importante é que o nível de vácuo durante a injeção deve pemanecer em 100% ou pelo menos 720mm/hg para que a resina epoxy não seja drenada pela linha de vácuo ou a entrada de ar no sistema produza uma peça seca que deva ser descartada.