Existe uma lista de vantagens que podem ser enumeradas quando se reduz o peso na estrutura de um barco, porém o mais importante é que este efeito é acumulativo. Um veleiro mais leve requer menos área vélica para navegar do que um barco semelhante mais pesado. Como resultado da economia de peso, pode-se utilizar uma mastreação menos robusta e transferir menos carga para os equipamentos de convés, o que possibilitará o uso de ferragens menores e mais leves.
Da mesma forma, o diâmetro dos cabos também será reduzido e, consequentemente, terá menos peso. As forças atuando na estrutura do casco devido a uma mastreação menor, podem gerar uma economia de peso também na laminação de casco e convés, pois as cargas globais na estrutura serão menores. Como resultado indireto, a utilização de equipamentos menores e mais leves e reduções de peso na estrutura diminuem a quantidade de materiais e o custo final do barco.
É lógico que isso se aplica também a barcos a motor, principalmente aqueles de maior porte, onde a ideia de “supermotorizar” um casco tornou-se uma obsessão. Construir um barco leve, com menos motorização e combustível é a melhor solução para quem deseja ter uma embarcação rápida. Outra grande vantagem em se trabalhar em uma redução geral de pesos é poder melhorar as características de navegação do barco, otimizando a estabilidade e a manobrabilidade.
Embarcações a motor podem usar economia de peso para atingir maiores velocidades com menos potência e, consequentemente, menor consumo de combustível. Uma das variáveis que afeta diretamente a qualidade de navegação de um barco é a aceleração vertical gerada ao longo do seu comprimento.
Esta aceleração é consequência do desenho do casco, comprimento, velocidade, deslocamento e distribuição de peso. Um barco mais leve tem a possibilidade de romper com mais velocidade as ondas que um mais pesado. Todavia, quanto maior for a velocidade, maior será também a aceleração vertical dentro do barco que é o fator limitante do conforto a bordo.
Normalmente, para embarcações de passageiros se limita o valor da aceleração vertical a 1g (9,81 m/s²), todavia na prática é possível navegar com aproximadamente 3g de aceleração vertical. Valores maiores, somente sob condições de resgate ou ações militares. Barcos deste tipo são dimensionados para velocidades superiores a 50 nós e têm a capacidade de navegar com acelerações verticais de mais de 60 m/s².